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As consequências de ter um filho favorito

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Matéria publicada no site da BBC Brasil esclarece que o favoritismo dos pais é um fenômeno comum, que pode prejudicar o bem-estar dos filhos até a vida adulta. De tão relevante, já tem até nome: tratamento parental diferenciado. Irmãos da mesma família podem ter visões diferentes sobre o favoritismo por um dos filhos na família. Isso ocorre porque a sensação de ser desfavorecido pode ser muito subjetiva. A pessoa tem a sensação de que um dos pais (ou ambos) prefere outro filho ao invés dela. Pode ser por receber mais atenção, elogios ou afeto. Ou até mesmo quando se percebe que o outro sofre menos restrições e punições.

O importante é que nem todas as pessoas da família podem considerar a situação desta forma. Mas, para o filho que sente tratado em segundo plano, pode haver profundas consequências.

Pesquisas indicam que, desde muito cedo, as crianças percebem o tratamento diferenciado, como pais que demonstram mais carinho por um irmão do que por outro. Esta percepção do favoritismo parental foi associada à baixa autoestima em crianças, ansiedade infantil, depressão e problemas de comportamento. Também pode causar efeito cascata sobre o bem-estar emocional, com consequências indiretas.

Os impactos do favoritismo sobre a saúde mental podem persistir até a idade adulta. O favoritismo das mães é associado a graus mais altos de depressão entre filhos adultos. O viés pode também permanecer ao longo da vida, com pais tratando filhos adultos com a mesma predileção. E, embora os irmãos não tenham responsabilidade alguma por isso, a escolha dos pais pode prejudicar os laços entre os irmãos, aumentando as tensões e os conflitos entre eles. Isso é preocupante porque ter bom relacionamento com os irmãos é importante para a saúde e felicidade ao longo da vida.

O favoritismo pode não ser intencional e os pais podem até mesmo não saber que o fazem. Pode começar porque um dos filhos é mais fácil de se lidar, daí os pais se relacionam mais com aquela criança. As famílias não costumam falar sobre o assunto, o que dificulta ainda mais a resolução de possíveis mágoas ou mal-entendidos. Se todos conversarem a respeito de maneira sensível, sem apontar dedos, há maiores chances de entendimento. Os pais podem perguntar por que o filho sente que eles preferem um de seus irmãos. Se um dos pais oferecer uma razão para o comportamento diferencial, o efeito pode ser muito positivo. O filho pode perceber que há uma razão prática, que não há maior ou menor afeto.

O estudo de Diferenças Dentro da Família, elaborado pela Universidade Cornell (EUA), acompanhou diferentes famílias por duas décadas para compreender melhor o relacionamento entre as gerações. Os pesquisadores fizeram às mães e aos pais uma questão direta sobre favoritismo. E, para muitos deles, foi a primeira vez em que foram questionados sobre isso. A pergunta foi: “Com qual dos seus filhos você sente maior proximidade emocional?” Após uma breve deliberação, uma alta parcela das mães (75%) indicou um de seus filhos. As demais não escolheram nenhum ou disseram que se sentiam igualmente próximas de todos eles.

Os pesquisadores também perguntaram aos pais e às mães por qual dos filhos eles sentiam mais decepção. O estudo aponta que o filho indicado inicialmente como “decepcionante” também foi tratado desta forma no futuro. A ordem de nascimento teve importância em alguns aspectos do favoritismo, mas talvez não tanto quanto se costuma acreditar.

A pesquisa não confirma o palpite de que o filho mais velho seria naturalmente escolhido como o “filho de ouro”. Em termos de proximidade emocional, os filhos mais novos costumam ser escolhidos com mais frequência do que o filho do meio ou o terceiro. Contudo, o fator mais forte para a proximidade emocional foi a sensação dos pais de que a criança é parecida com eles. E ser o “filho de ouro” também pode trazer suas próprias dificuldades, com tensão emocional quando chegam à vida adulta, o que se associa a maiores sintomas de depressão. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque ser o filho favorito de uma mãe cria conflitos no relacionamento com seus irmãos. Esta tensão com os irmãos na idade adulta prejudica o seu bem-estar psicológico. O favoritismo também pode criar um encargo desigual ao longo da vida, pois, quando um dos pais eventualmente precisa de assistência familiar, ele costuma procurar o filho que sente ter sido o favorito

E, embora o favoritismo possa nos assombrar até a idade adulta, nossa experiência pode sofrer mudanças sutis à medida que envelhecemos. Entre as crianças mais jovens, o favoritismo pode ser mais questão de quanto tempo os pais passam com elas, em comparação com um dos irmãos. E, para os filhos adultos, pode ser mais questão de desigualdades no apoio financeiro.

Tratar todos os filhos de forma exatamente igual não é a solução do problema. É impossível fazê-lo em todas as situações e nem é o que as crianças desejam. Ao contrário, querem ser compreendidas por quem são, pela sua idade, interesses, gênero e personalidade. De qualquer maneira, ter consciência das próprias ações pode ajudar os pais a evitar situações injustas. Isso é especialmente importante porque a criança pode aprender o padrão de favoritismo e aplicá-lo ao seu próprio estilo de criação de filhos e relacionamentos na idade adulta. Em resumo, os pais precisam prestar muita atenção às próprias atitudes e manter sempre um canal aberto para conversas francas.

Clia Psicologia - Saúde e Educação

A Clia Psicologia, Saúde & Educação tem como maior objetivo promover a prevenção da saúde do individuo em seu aspecto biopsicossocial.

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