Desmistificando os 4 mitos mais comuns a respeito da maternidade.
É obvio que os tempos mudaram e que muitas mulheres optaram por não terem filhos, afinal, quem é que disse que para ser feliz e completa é preciso ser mãe?
Isso não quer dizer que a maternidade tenha perdido sua beleza, e também não quer dizer que ela seja fácil. A verdade é que além do ideal social que envolve este momento, existem vários mitos que envolvem a maternidade, e é bom que possamos desconstruí-los, para estarmos cada dia mais empoderadas, e para podermos empoderar outras mulheres.
Então aproveite para refletir sobre quatro mitos (dos vários que existem), que envolvem a gestação:
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“Estou planejando minha gestação para daqui três meses…”.
Você precisa saber que muitas mulheres levam mais tempo para engravidar, algumas levam anos, e outras até precisam fazer fertilização, porém, para muitas mulheres basta apenas UM deslize, ou UM mês de pausa nos métodos contraceptivos para engravidarem. Então se você estiver planejando uma gravidez, leve isso em consideração. Cada organismo reage de uma maneira, e você não tem como prever. Então, ao parar de usar os métodos contraceptivos esteja “pronta”.
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“Não vamos transar durante a gestação porque pode machucar a criança…”.
Sexo durante a gravidez não machuca a criança. Muitos casais diminuem a prática da relação sexual durante a gravidez, ou não praticam de jeito nenhum, pois receiam fazer algum mal ao bebê. Isso é mito. A não ser que tenha alguma restrição médica, devido a algum problema específico, o que é raro a relação sexual não faz nenhum mal. Desde que a gestante esteja á vontade para ter relações sexuais não há problema nenhum, e caso exista algum desconforto por qualquer motivo que seja, não perca a oportunidade de conversar com o parceiro e com seu médico sobre o assunto.
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“Vou dar conta de tudo sozinha…”.
Existe um ideal social em torno da maternidade, e podemos observar isso com clareza de detalhes na forma como a maternidade é apresentada nas novelas, por exemplo: uma facilidade tremenda para amamentar, uma mulher plena, feliz, sorridente e bem cuidada, em torno de uma família muito feliz e organizada. Isso não é verdade! Puerpério é coisa séria! Além de adaptação da família á chegada do bebê, existem vários conflitos relacionados aos papéis que esta mulher terá que assumir, (mãe, mulher, esposa, dona de casa/profissional), tem toda alteração hormonal típica do momento, as transformações do corpo, a privação de sono… Logo, você não dará conta de tudo sozinha.
E TUDO BEM!
Você só precisa ter isso claro para poder se antecipar as demandas que aparecerão durante o puerpério. Super mãe é mito.
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“Todas as mães são suficientemente boas…”.
“Se eu disser que não quero esse bebê, o que você vai pensar de mim?”.
Muitas mulheres sofrem durante o puerpério e até desenvolvem baby blues ou uma depressão pós-parto, muitas vezes, devido á culpa que sentem por “Não serem uma mãe suficientemente boa…”. Todas as relações são construídas, e não seria diferente nesta relação, neste vínculo que esta sendo criado entre mãe e bebê.
Muitas mães não amam seus bebês como a sociedade espera que elas amem no primeiro momento, e tudo bem, essa relação será construída assim como todas as outras foram, (Isso não significa que a mãe está com depressão, porque isso é normal, porém, esta incompreensão das dificuldades do puerpério podm ser um fator de risco para depressão).
Muitas pessoas não entendem que a depressão pós-parto é uma patologia que requer cuidado e tratamento, porém se alguma mulher verbalizar o seu sofrimento, corre o risco de ser rechaçada pela sociedade, e ao invés e ter a culpa aliviada e trabalhada, terá o seu sofrimento acentuado.
É preciso falarmos sobre a maternidade real, pra que este momento tão delicado e belo, possa ser vivenciado de forma leve, mesmo diante dos desafios que se propõe!
Boa sorte no desafio que é a maternidade!
Biografia
Aline Costa – Psicóloga Clínica. Formada em Psicologia pela UMESP, Mestre em Psicologia da Saúde pela UMESP, Coach Vocacional formada pelo Instituto MS, Palestrante e Pesquisadora em temas relacionadas ao Ciclo Gravídico Puerperal. Apresentadora do programa “Provocação Produtiva” na rádio do Advogado Catarinense, e membro da equipe interdisciplinar da CLIA Psicologia, Saúde & Educação – CRP- 06/126231.