Integração Sensorial é o processo no qual o sistema nervoso central organiza e interpreta as informações sensoriais provenientes do ambiente e do próprio corpo, permitindo uma resposta adequada às demandas do ambiente. Essas informações sensoriais incluem as sensações provenientes dos sentidos como visão, audição, tato, paladar, olfato, propriocepção (sentido de posição e movimento do corpo) e vestibular (equilíbrio e orientação espacial).
O conceito de Integração Sensorial foi desenvolvido pela terapeuta ocupacional norte-americana Jean Ayres na década de 1970. Segundo sua teoria, o sistema nervoso central processa e integra as informações sensoriais de maneira eficiente para a compreensão do corpo e do ambiente, adaptando as respostas de acordo com as situações.
Dificuldades na integração sensorial podem resultar em problemas na modulação de respostas a estímulos sensoriais, desordens motoras, comportamentos inadequados ou desafiantes. Uma criança com dificuldades de integração sensorial pode ser hipersensível a certos estímulos, como barulhos altos, toques leves ou texturas diferentes, e pode reagir de maneira intensa e negativa. Da mesma forma, pode ser pouco sensível a outros estímulos, buscando constantemente estimulação sensorial devido à falta de resposta adequada a certos estímulos.
A terapia de integração sensorial é um método utilizado por terapeutas ocupacionais para desenvolver uma melhor organização e processamento das informações sensoriais, promovendo uma resposta mais adaptativa e funcional ao ambiente. Essa terapia envolve a exposição controlada a diferentes tipos de estímulos sensoriais para ajudar a pessoa a se ajustar e responder de maneira mais equilibrada às sensações do mundo ao seu redor.
Na terapia ocupacional, é utilizada para tratar crianças com distúrbios do processamento sensorial, como Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), embora também possa ser aplicada a adultos com desafios semelhantes.
A abordagem envolve atividades cuidadosamente planejadas e estruturadas, que desafiam os indivíduos a processar e integrar as informações provenientes dos diferentes sistemas sensoriais. Através da exposição controlada e gradual a essas atividades, os indivíduos são encorajados a desenvolver habilidades de discriminação, modulação e organização sensorial.
As estratégias mais comuns incluem brincadeiras e atividades que estimulam diferentes sentidos, como balançar, pular, brincar com texturas, pintar, usar objetos manipulativos etc. Proporcionar estímulos sensoriais variados e gradativos para ajudar o cérebro a se adaptar a diferentes intensidades de estímulos. Planejar atividades que desafiam o processamento sensorial, permitindo que o indivíduo explore e experimente sensações em um ambiente seguro. Trabalhar com os indivíduos para ajudá-los a regular suas respostas às sensações, permitindo que eles se acostumem a diferentes níveis de estímulo.