A técnica é uma ferramenta de adaptação e inclusão.
A educação física é muito mais do que uma maneira de manter a forma ou melhorar a capacidade muscular. O movimento é uma ferramenta poderosa de adaptação e inclusão. Mesmo em atividades básicas como caminhar ou se sentar é possível perceber a relação com a vivência corporal.
A importância da atividade física é ainda mais evidente no mundo de hoje, onde crianças e adultos se entregam ao sedentarismo e à comodidade das telas de televisão, computador ou celular. A inatividade física traz riscos à saúde e reduz a interação com o meio ambiente. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda uma rotina com cerca de 50 minutos diários de atividade física.
No caso das crianças autistas, não é simples encontrar modalidades e professores capacitados para observar seu potencial. Afinal, o autismo tem suas particularidades, talvez os parâmetros sejam diferentes, o que não impede sua evolução.
As dificuldades de comunicação e interação da criança autista são parte dos objetivos do educador físico. A evolução da condição corporal contribui para a melhora destes aspectos e, assim, contribui para a formação de uma pessoa mais participativa e incluída em seu meio social.
Atividades como circuito motor, jogos, brincadeiras e esportes são utilizadas para ampliar o repertório corporal e os processos de comunicação para convivência em ambientes diversos. O educador pode criar situações semelhantes às vivenciadas no cotidiano, seja em casa ou na escola. Tudo isso proporciona maior bem-estar físico e psicológico.
O desafio é analisar as prioridades e adotar estratégias criativas, já que cada criança tem suas características. Sendo assim, o professor que oferece uma boa variedade de atividades tem maiores chances de obter uma melhora no desempenho motor e, assim, colaborar para a aquisição de habilidades básicas: atenção, permanência, entendimento de regras e até mesmo esperar a sua vez.
Todo esse processo impacta não só a criança, mas também os pais e seu entorno, pois, notar o desenvolvimento das habilidades gera mais motivação, alegria e autoestima. Aos poucos, a criança amplia suas capacidades e ganha maior independência. O que é corriqueiro para uma criança típica, como andar de bicicleta, escalar, chutar ou arremessar são grandes conquistas para uma criança dentro do espectro. São atividades que colaboram para que a criança aproveite o que há de mais importante na infância: brincar.