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Pode a raiva ser um sintoma de depressão?

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Assista à série “Treta” da Netflix e tire suas conclusões.

 

O clichê “a arte imita a vida” reverbera em diversos produtos de todas as mídias e suportes. Matéria publicada no portal UOL explica esta relação ao falar da série “Treta”, da Netflix.  Daniel (Steve Yeun) está à beira da falência e Amy (Ali Wong) é uma viciada em trabalho que nunca tem tempo para a família.

 

O ponto de partida é uma briga de trânsito, que traça a linha entre uma raiva passageira e os sintomas de que algo não vai bem. É normal ter raiva, mas, quando a emoção transborda para o desequilíbrio, é preciso atenção. No caso, os dois se desentendem em um estacionamento e levam o conflito para um patamar perigoso, com pensamentos obsessivos, suicidas e sintomas depressivos.

 

Pessoas com diagnóstico de depressão podem conviver com a raiva e criar confusões com a família, no trabalho, com amigos ou sentir raiva de si mesmas e se boicotar, depreciar ou até mesmo mutilar. A raiva e a irritabilidade são características específicas da depressão bipolar, um transtorno que costuma se manifestar com sintomas de depressão a longo prazo.

 

Nos casos de depressão unipolar, a raiva se combina a outros sintomas da doença, como tristeza intensa, ausência de prazer, dificuldade para dormir e perda de apetite. Os momentos de raiva são também um pedido de ajuda e uma forma de externalizar o sofrimento e a culpa por estar em um estado depressivo.

 

A raiva é uma maneira de projetar o sofrimento sentido, em geral direcionada a pessoas próximas como amigos e familiares, que são a rede de apoio. É preciso compreender que esta raiva não é uma característica da personalidade da pessoa, mas consequência de uma doença grave.

 

O sentimento pode ter origem em uma depressão não tratada. Ao invés de a pessoa deprimida se mostrar triste, pode ficar mais irritada e instável. Nos quadros depressivos, o mau humor e a irritação se intensificam com o tempo, trazendo consequências como isolamento e ataques de raiva, o que dificulta encontrar tratamento e pedir ajuda.

 

Como diferenciar ataque de raiva “normal” de um relacionado a transtorno mental?

Os ataques de fúria geralmente ocorrem quando a pessoa está no limite, numa situação de muita pressão e desconforto sem conseguir aliviar o estresse. Nem sempre conseguimos manter a paz interior e superar a situação estressante.

 

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-5, estabelece que os ataques de raiva são considerados transtorno emocional quando são recorrentes (ao menos dois por semana) e apresentam reação desproporcional ao evento que o causou. Além disso, os episódios devem persistir por pelo menos três meses.

 

Se a raiva surge sem motivo aparente, ao acordar ou durante o dia, pode ser um sinal de que algo não vai bem e que é preciso procurar ajuda profissional.

Imagem: Divulgação/Netflix

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