É comum que o TOC seja descoberto na infância?
Não é comum a descoberta do TOC ainda na infância, costuma manifestar-se no início da adolescência ou da vida adulta, porém temos percebido que recentemente o número de casos aparecidos na infância tem sido muito maior, o que antes era 1 em cada 200 crianças hoje já se fala em 4 para 100 crianças. Por volta dos 6 anos já é possível perceber o que pertence ao transtorno ou não.
Como os pais podem reconhecer o TOC ainda na infância? Há algumas dicas?
O comportamento repetitivo da criança para determinadas situações que não são comuns a faixa etária como limpar um mesmo objeto repetidamente e constantemente, preocupar-se excessivamente com a aparência ou coisas fora do lugar, dificuldades de relacionamento ou convivência no ambiente familiar e escolar, são alertas de que a criança possa sofrer deste transtorno, pois a família sente-se refém de alguns comportamentos e às vezes demora muito a perceber que algo ultrapassa o comum, julgando muitas vezes que a criança e difícil apenas.
Assim que suspeitarem do problema, que médicos os pais podem procurar?
Geralmente os pais procuram o psicólogo por indicação… Será necessário sim que haja um acompanhamento terapêutico, mas o transtorno deve ser acompanhado e tratado por um psiquiatra em primeiro lugar.
Quais os benefícios de descobrir o TOC ainda na infância? Há algum malefício?
Difícil encontrar benefícios, pois o quadro é sempre muito sofrido tanto para quem acompanha quanto para quem vive. O tratamento e o acompanhamento terapêutico o quanto antes tendem a amenizar o sofrimento do paciente e orientar quem está a sua volta a lidar com os fatos que de início preocupam muito. Não há malefícios, pelo contrário há casos que necessitam de medicação para serem controlados e então o quanto antes tudo estiver sob controle só ajudará quem vive o quadro.
Como o TOC pode afetar o desempenho escolar? Como conversar com os professores ou a diretoria da escola?
O TOC pode sim afetar o desempenho escolar, pois a obsessão diminui o desempenho escolar. O aluno tem dificuldades em focar sua atenção nos estudos caso as coisas não aconteçam da maneira que ele deseja. Difícil é compreender que a sala de aula é um espaço coletivo, por isso seu comportamento pode também influenciar o desempenho da turma.
A criança com TOC deve receber algum tratamento especial na escola? Como e por que?
O professor e a coordenação devem estar cientes do caso, mas isso não significa tratar de foram diferenciada da turma, mesmo porque existem casos que os outros alunos não percebem… Há casos que vêm acompanhados de outros fatores como por exemplo, a criança desejar que façam tudo do seu jeito, neste caso, o professor orientado terá que ser mediador do convívio social deste grupo para não agravar o quadro do paciente e nem desvalorizar as ideias das outras crianças.
Como contar para a criança que ela tem TOC e explicar a doença?
A sinceridade e a clareza na explanação têm sempre ótimos resultados… Dentro do que é possível a criança entender é preciso sim explicar a ela o que acontece e assegurar que ela contará com o apoio adulto nos momentos mais difíceis. Isso não significa que o adulto terá que ceder sempre que a criança pressionar… Ela apenas precisa sentir-se segura para encontrar estratégias próprias para lidar com suas dificuldades.
Como a criança pode ser participante ativa do tratamento?
Aceitando o tratamento e as intervenções terapêuticas procurando colaborar sempre com os combinados feitos em família, na escola e em consultório para que haja harmonia em sua convivência social.
Vanessa Cristina Guilhermon Rodrigues
Psicopedagoga da Clia Psicologia, Saúde & Educação, especializada em Neuropsicopedagogia. Coordenadora Pedagógica e Orientadora Educacional no ESI.
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