As Escalas de Desenvolvimento Infantil de Bayley foram desenvolvidas por Nancy Bayley e colaboradores em 1933 e revisada em 1969. É um meio abrangente de avaliar o desenvolvimento de uma criança em estado particular, após o resultado de mais de 40 anos de pesquisa e prática clínica com crianças pequenas.
O teste foi padronizado em uma amostra de 1.262 crianças americanas com idade de dois a 30 meses, divididas em 14 grupos, no ano de 1960 e, apresenta três versões: BSID I publicada em 1969; BSID II publicada em 1983 e a mais atualizada BSID III publicada em 2006.
As escalas BSID II estão reconhecidas entre as melhores escalas existentes na área de avaliação do desenvolvimento infantil, fornecendo resultados confiáveis, válidos e precisos do estado de desenvolvimento da criança em teste. Sua utilização como instrumento de pesquisa tem recebido grande suporte da comunidade científica, porém seu elevado custo e treino exigido para correta administração explicam porque sua utilização é quase sempre exclusiva de especialistas que trabalham com crianças pequenas.
A Escala de Bayley – III é uma atualização dos dados normativos da BSID-II com amostra contemporânea e representativa, indicado para avaliar crianças de 1 a 42 meses de idade, apresentando melhora do conteúdo dos testes, melhora da qualidade psicométrica e, consequentemente, maior utilidade clínica.
A atual versão da Escala de Bayley está subdividida em cinco domínios: Cognição, Linguagem (comunicação expressiva e receptiva), Motor (grosso e fino), Social-emocional e Componente adaptativo. Os três primeiros domínios são observados com a criança em situação de teste e os dois últimos são observados por meio de questionários preenchidos pelos pais ou cuidadores. As escalas sao consideradas complementares, tendo cada uma a sua importância na avaliação da criança.
Assim, a Escala Cognitiva determina como a criança pensa, reage e aprende sobre o mundo ao seu redor e está composta de 91 itens; a Escala de Linguagem está subdividida em dois subtipos: Comunicação Receptiva – parte que determina como a criança reorganiza sons e como a criança entende, fala e direciona palavras, composta de 49 itens – e a Comunicação Expressiva – parte que determina como a criança se comunica usando sons, gestos e palavras, composta de 48 itens.
A Escala Motora está subdividida em Escala Motora Grossa e Fina. A Escala Motora Grossa determina como a criança movimenta seu corpo em relação à gravidade, composta de 72 itens, e a Escala Motora Fina determina como a criança usa suas mãos e dedos para fazer algo, composta de 66 itens.
A escala permite também uma avaliação qualitativa do comportamento da criança, ou seja, sua atenção, compreensão das orientações, desempenho frente as tarefas e regulação emocional. Porém, a escala só pode ser aplicada por profissionais especializados e treinados.
Trata-se de um instrumento lúdico, flexível, com excelente padrão de validade e confiabilidade, que permite a identificação precoce de problemas ou atrasos no desenvolvimento e sinalizar a necessidade de avaliação mais aprofundada em alguma área específica.
A Escala Bayley de Desenvolvimento Infantil (Bayley III) indica os pontos fortes, fracos e as competências do bebê ou da criança para o planejamento adequado de uma intervenção terapêutica e acompanhamento da evolução das intervenções, sendo fundamental para um trabalho consistente em equipe interdisciplinar. Além de permitir um maior envolvimento dos pais durante a avaliação, o instrumento está alinhado com a legislação norte-americana para educação especial na primeira infância (http://idea.ed.gov/) sendo uma medida válida e confiável acerca das habilidades da criança.